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Saúde: Infertilidade conjugal atinge cerca de 15% dos casais - LFTV

10 de fevereiro de 2021

Tratamentos de reprodução assistida trazem alívio a pessoas que sofrem com infertilidade

Um problema que acomete cerca de 1 a cada 5 casais, a infertilidade, inabilidade de engravidar depois da tentativa de 1 ano de relações sexuais sem métodos contraceptivos, cada vez mais afeta os casais. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 15% dos casais são inférteis, em todo o mundo. Em números, no Brasil, estimam-se que 8 milhões de pessoas sofrem com a doença. Uma taxa que vem aumentando no universo feminino nos últimos tempos, devido a maior inserção da mulher no mercado de trabalho. De maneira geral, 30% dos casos de infertilidade são por fator feminino, 30% de causas masculinas, 20% de causas mistas, e 20% sem causa detectada. Mas, atualmente com a medicina reprodutiva e a tecnologia, essa dificuldade tem sido driblada, na maioria das vezes, através dos tratamentos disponíveis.

Dentro do universo masculino, a principal causa de infertilidade é a varicocele, dilatação anormal das veias testiculares, que está presente em aproximadamente 40% dos homens. De acordo com o urologista Dr. Nilo Jorge Leão coordenador do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), a doença apesar de aparecer como a causa mais comum, nem sempre originará infertilidade. “Existem vários fatores, desde hábitos como fumar maconha, sobrepeso ou obesidade, uso de anabólicos, câncer de testículos e doenças genéticas, que podem levar a uma alteração no espermograma e gerar infertilidade,” explica.

A infertilidade do homem é primeiramente avaliada através do espermograma, que analisa a quantidade e qualidade do sêmen. O médico ainda explica que o espermograma isolado não define a fertilidade de um homem. “Quando temos um espermograma alterado, sempre precisamos repetir pelo menos uma vez para termos confirmação dessas alterações. Fora isso, existem alterações que são mais irrelevantes e outras variações que não têm grande importância na prática. Então, isso tem que ser avaliado por um urologista com cautela para poder ver qual a importância dessa alteração de espermograma. Alguns homens também nascem com ausência total de espermatozoides e, na maioria das vezes, não poderão ter filhos biológicos. O banco de sêmem ajuda nessa questão, trazendo a possibilidade de selecionar um sêmem de doador com características físicas e comportamentais, que se assemelhem o máximo com as características do paciente”, esclarece Dr. Nilo.

Já em relação às mulheres, as principais causas de infertilidade são idade avançada com queda da produção de óvulos, obstrução das trompas, miomas, ausência de ovulação e endometriose. “Lembrando que a infertilidade é uma doença conjugal, portanto, quando um casal chega para uma consulta, mesmo que já exista uma causa masculina ou feminina já conhecida, eu preciso investigar ambos. E não raro detectamos alterações tanto na mulher, quanto no homem”, diz Dra. Sabrine Vilán, especialista em Reprodução Humana. Além do espermograma, o casal passará por exames de sangue e a mulher por ultrassonografia do útero e ovários, histerossalpingografia (exame que avalia as trompas) e, quando necessário, por uma histeroscopia (exame para avaliar o interior do útero). De acordo com a especialista, a idade é o principal fator decisivo para o sucesso de uma gravidez, seja ela espontânea ou através de tratamentos. “É importante que as ginecologistas orientem suas pacientes jovens que não são casadas, ou que são casadas, mas sem plano de gravidez breve, a congelarem seus óvulos. Aos 35 anos começa uma queda acelerada da quantidade e qualidade de óvulos. O ideal é congelar antes dos 35”, orienta a médica.

A endometriose também é um dos principais fatores que predispõem à infertilidade. O tratamento cirúrgico costuma ser o melhor caminho para a paciente que quer ter filhos e não consegue por causa da doença, e a plataforma robótica é uma técnica que oferece muitas vantagens. A visão tridimensional e mais nítida proporcionadas pela utilização do robô dão ao médico mais precisão durante o procedimento, que em geral apresenta menos riscos de complicações, menor dor no pós-operatório e recuperação mais rápida para a paciente.

Estatísticas regionais revelam que 60% das mulheres inférteis na Bahia são portadoras dessa patologia. De acordo com o ginecologista e diretor de ginecologia do IBCR, Dr. Marcos Travessa, da mesma forma que o endométrio que está na cavidade uterina cresce como resposta aos hormônios femininos, o endométrio ectópico (localizado fora do seu local habitual) também aumenta de tamanho. “Quando está no útero da mulher que não engravidou, o endométrio se descama e sai em forma de menstruação, voltando ao seu estado normal, porém, quando esse tecido se aloja em outras partes do corpo ele não tem como sair e acaba ‘sangrando para dentro da cavidade abdominal’, gerando um quadro de dor acentuada”, disse o médico. 

A comerciante, Perolina de Fátima Silva Ferreira, de 35 anos, realizou o sonho de ser mãe fazendo procedimento de reprodução assistida. Aos 28 anos, dois anos após se casar, ela tentou engravidar de forma natural, mas não obteve sucesso. “Meu ginecologista nos passou uma bateria de exames, com o intuito de detectar a causa do problema, daí então começaria a procura por uma resposta. Em seguida os resultados dos exames do meu esposo foram encaminhados para um urologista onde foi realizada uma cirurgia de varicocele a fim de melhorar a quantidade de espermatozoides. Em 2016, Perolina iniciou o tratamento com fertilização assistida e após três tentativas, conseguiu realizar o desejo da maternidade. “Fomos atrás de um especialista para esclarecimentos das nossas dúvidas. Primeiramente começamos por urologista, já que o problema estava relacionado ao meu esposo. Chegamos ao doutor Nilo Leão que também nos encaminhou para um geneticista e para a Dra. Sabrine, em que tivemos uma segunda opinião em relação à fertilização. Hoje estamos muito felizes e muito realizados. Nosso pequeno Miguel está com nove meses e vinte e três dias”, relata.

Tratamentos

Existem três tipos de tratamento para a infertilidade. O tratamento menos complexo de todos é o coito programado ou relação sexual programada, onde a ovulação é induzida com doses baixas de hormônios e o casal é orientado sobre os melhores dias para engravidarem. A taxa de sucesso do procedimento é em torno de 15% a 18%. Para realizar esse tratamento a mulher precisa ter trompas livres e é necessário um espermograma normal do parceiro. Esse tratamento é mais indicado para as mulheres que não ovulam e não possuem outros fatores de infertilidade.

A inseminação artificial (ou inseminação intrauterina) é de média complexidade e é indicada para aqueles pacientes que têm uma alteração leve no espermograma. A mulher passa por indução da ovulação e no dia e horário ideal, o sêmen do parceiro, após um processo de capacitação (seleção), é depositado no fundo do útero da paciente. As chances de sucesso são de 28 a 30% e tem como critérios para ser realizado: trompas livres e um espermograma que possibilite esse processo.

Já a fertilização in vitro (FIV) é o tratamento com maior complexidade dos três e com maior taxa de sucesso. Nesse método, a produção ovariana da mulher é estimulada para que o seu máximo de óvulos se desenvolvam e possam ser captados através de uma punção guiada por ultrassom transvaginal. Esses óvulos são entregues para a embriologista que irá introduzir 1 espermatozoide em cada óvulo. “A taxa de sucesso é em torno de 45% a 55%. Podendo variar para mais ou menos a depender da idade da paciente. A FIV consegue driblar muitas alterações como trompas obstruídas, ausência de ovulação e espermograma muito alterado. Os maiores desafios mesmo para uma FIV, podemos dizer que são a idade avançada (pela baixa produção de óvulos) e falha de implantação recorrente” relata Dra. Sabrine.

Para os casais homoafetivos a fertilização in vitro conseguem também gerar filhos para casais femininos e masculinos. No caso do casal feminino, basta comprar um sêmem de um casal doador, decidir de quem serão os óvulos e de quem será o útero, e fazer todo processo. Já no casal homoafetivo masculino, o óvulo deve ser doado anonimamente, a barriga de aluguel tem que ser de um familiar que concorde, sendo permitida no Brasil somente de mãe, irmã, prima de primeiro grau e tia, e o sêmem pode ser de um ou de outro.

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