4 de agosto de 2022
Emergência oceânica decretada pela ONU referenda iniciativa
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Amazônia Azul de Salvador será lançada nesta quinta-feira (4), com transmissão digital pela TV Câmara, a partir das 14 horas. Criada pelo vereador Augusto Vasconcelos através do Projeto de Resolução nº 55/2021, a iniciativa é fruto de reuniões do Ouvidor Geral do Município com o Instituto Redemar Brasil, a Associação Classista de Educação e Esporte da Bahia (ACEB) e a Secretaria de Turismo e Cultura de Salvador sobre o projeto denominado “Baleias Soteropolitanas” (PBS), responsável por inserir Salvador na rota mundial de migração das baleias jubartes. Composta por vereadores, associações de moradores e de pescadores, setores do comércio litorâneo e de turismo, universidades e organizações ecológicas, a Frente também tem como base a emergência oceânica decretada no mês passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Conferência dos Oceanos 2022.
No evento realizado em Portugal, cerca de 150 países firmaram acordos em busca de um oceano seguro, saudável e produtivo. Segundo a presidente da ACEB, Marinalva Nunes, que participará da transmissão online do lançamento da Frente Mista, trazer a discussão internacional e as ações efetivas de preservação para o âmbito local é fundamental, já que a defesa dos oceanos tem impactos diretos na vida dos cidadãos. “Salvador tem a maior costa entre as capitais brasileiras e mais de 30% de sua economia está ligada ao mar. Isso tem repercussão na cultura, na culinária e na geração de emprego e renda. Além disso, a educação ambiental precisa assumir protagonismo em nossa cidade e esta Frente é um excelente passo nessa direção”, disse.
De acordo com o presidente do Redemar, William Freitas, os compromissos assumidos na Conferência dos Oceanos 2022 (cerca de 700) referendam a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Amazônia Azul de Salvador. “A iniciativa nos ajudará a mitigar localmente os efeitos das mudanças climáticas no avanço do mar, reduzir a poluição do oceano por plástico e preservar a fauna marinha, incluindo as baleias que nos visitam aos montes entre os meses de julho e novembro, período de reprodução das fêmeas, encantando soteropolitanos e turistas que conseguem avistá-las em nosso litoral”, destacou.
Ainda segundo William, o decreto da emergência oceânica seguido da criação da Frente coloca a capital baiana na vanguarda da política azul. “Quem gosta de gente cuida do meio ambiente. Como os oceanos são o principal regulador climático da Terra, precisamos cuidar bem dele. Ao defender a Baía de Todos os Santos, essa iniciativa pode garantir a segurança alimentar das famílias mais carentes, que têm crustáceos e mariscos na base de seu sustento. Nossas ilhas, em especial aquelas que integram o território da capital baiana, precisam estar na pauta do dia todos os dias. Fico feliz que a Frente Mista considere essa necessidade. Nossas praias também precisam de requalificação, com a instalação de mais lixeiras, por exemplo”, elencou o presidente do Redemar.
Baleias Soteropolitanas – No ano passado, a ONG lançou a Cartilha de Boas Práticas para Período Migratório das Jubartes no Brasil. A publicação, importante para as várias atividades náuticas que acontecem na costa de Salvador, foi fruto de um intenso trabalho de toda equipe do Rede Mar Brasil e de parceiros do Projeto Baleias Soteropolitanas (PBS), como a ACEB. A cartilha, que foi traduzida para os idiomas espanhol e Inglês, tem a chancela do ICMBio Centro de Mamíferos Aquáticos, autoridade máxima em normativas do país, e conta com o apoio da Capitania dos Portos da Bahia.
O PBS é responsável por coletar informações estratégicas para o desenvolvimento de ações de preservação das baleias jubartes na costa litorânea de Salvador. Além de preservar a espécie, fomentar o turismo embarcado sustentável e consolidar Salvador como a capital nacional das baleias, o projeto tem um forte viés educativo, relacionado à formação de uma cidadania oceânica. Além do PBS, o Redemar Brasil realiza o Festival das Baleias e os projetos “O mar não está para plástico” e “Mantas do Brasil”.
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