8 de março de 2024
No decorrer de 2023, conforme os dados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança, pelo menos oito mulheres tornaram-se vítimas de violência doméstica a cada 24 horas. Essa informação é parte do novo boletim “Elas Vivem: Liberdade de Ser e Viver”, divulgado nesta quinta-feira (7).
Comparativamente a outros estados da região Nordeste, a Bahia lidera em números de homicídios de mulheres, com 199 casos confirmados. No total, o estado registrou 84 casos de tentativas de feminicídio ou agressão física em 2023, além de 29 tentativas de homicídio ao longo do ano.
O monitoramento da Rede de Observatórios possibilita a nomeação correta de crimes que possuem evidências mas não são tipificados pela polícia, como violência contra mulheres (lesão corporal, ameaças, entre outros). Dessa forma, busca-se reduzir a subnotificação comum a esses casos e produzir análises mais precisas sobre o que realmente ocorre na realidade, complementando e enriquecendo os dados oficiais.
As violências enfrentadas não se limitam às mortes registradas, sendo um cenário mais amplo e complexo. Os dados monitorados apontaram 586 vítimas de feminicídios, indicando que, a cada 15 horas, uma mulher perdeu a vida em razão do gênero, predominantemente pelas mãos de parceiros ou ex-parceiros (72,7%). O uso de armas brancas foi registrado em 38,12% dos casos, enquanto armas de fogo foram empregadas em 23,75% das situações.
Para denunciar qualquer tipo de agressão relacionada às mulheres, é suficiente que a vítima ligue para o 190 ou busque um Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência Loreta Valadares (CRAMLV), localizado nos bairros, ou o Centro de Referência Especializado de Atendimento à Mulher Arlette Magalhães (Cream).
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