Ministério da Saúde ainda não cogita 'plano B' para remanejamento de vacinas da dengue - LFTV

Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o Ministério da Saúde ainda não considera necessário um plano alternativo para a redistribuição de doses de vacinas da dengue, mesmo diante de uma possível baixa procura pelas doses remanejadas. Ela relatou que em uma reunião recente com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), não houve relatos que justificassem a criação de uma segunda estratégia.

Segundo Maciel, até o momento não há informações dos estados ou municípios indicando um excesso de doses ou um grande número delas prestes a vencer, o que poderia motivar a consideração de uma alternativa. A atual estratégia de vacinação visa crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em municípios com alta incidência do sorotipo 2 da dengue.

Embora o remanejamento seja responsabilidade dos estados e municípios, o Ministério da Saúde disponibilizou um ranking dos municípios que receberão as doses com base no número absoluto de casos por cidade. Maciel ressaltou que, como a quantidade de doses a serem remanejadas é pequena, não se espera problemas significativos. Contudo, se necessário, será considerada uma ampliação da faixa etária para vacinação das doses que vencerão em junho e julho.

A secretária não pôde fornecer informações sobre a quantidade de vacinas remanejadas que já foram aplicadas devido aos sistemas próprios de contagem dos municípios e a um pequeno atraso no envio da Rede Nacional de Dados em Saúde. O remanejamento das doses foi planejado após a baixa procura pelo imunizante, levando o Ministério da Saúde a recomendar a ampliação da faixa etária para vacinação e aumentar o número de municípios que receberão as doses.

As vacinas com vencimento mais próximo são fornecidas sem custo ao Ministério da Saúde pela Takeda, fabricante da vacina QDenga, totalizando mais de 1,2 milhão de doses, das quais 668 mil venceram em 30 de abril. Os estados têm até 30 de abril para informar ao ministério a quantidade de doses remanejadas para cada município, garantindo assim as segundas doses aos que já receberam a primeira. Além das doses doadas, o Ministério da Saúde comprou 5,2 milhões de doses da vacina, com validade até 2025, garantindo a imunização de 3,2 milhões de pessoas.