Uma criança de três anos, portadora da doença conhecida como “doença dos ossos de vidro”, passou pela primeira cirurgia reparadora realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia.
O procedimento ocorreu no Hospital Ortopédico do Estado, em Salvador, na última quarta-feira (19) e durou quatro horas. O paciente, Valentin Dória, já se recupera em casa.
A doença, cientificamente chamada osteogênese imperfeita, é uma condição genética que causa deficiência crônica na produção de colágeno, tornando os ossos extremamente frágeis. Valentin já sofreu sete fraturas, uma média de duas por ano.
Para conter o avanço da doença, conhecida popularmente como “doença dos ossos de vidro”, os médicos implantaram uma haste de titânio em cada fêmur, com o objetivo de reparar a estrutura óssea e evitar que as pernas do menino fiquem tortas.
Segundo o diretor-geral do hospital, Dr. Roger Alencar, à medida que Valentin crescer, as hastes crescerão junto com os ossos, permitindo um desenvolvimento adequado.
O diagnóstico da osteogênese imperfeita é feito ainda na infância, com sinais comuns como fraturas por traumas leves, cor azulada na parte branca dos olhos e baixa estatura.
A doença também pode ser identificada durante a fase pré-natal, mas apenas em casos graves, quando o bebê apresenta fraturas ainda no útero.
De acordo com a pediatra Dr.ª Gabriel Pinto, do Hospital Ortopédico da Bahia, o diagnóstico precoce é crucial para os cuidados dentro de casa e o convívio social.
A família de Valentin, que reside na Região Metropolitana de Salvador, está animada com o início do tratamento. Todos estão ansiosos para ver os primeiros passos do garoto, que ainda não anda.
Segundo a mãe de Valentin, um dos sonhos do menino é algo comum para a maioria das crianças, mas que ainda não é possível para ele: frequentar uma sala de aula.
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