20 de setembro de 2024
O candidato da oposição na Venezuela, Edmundo González, assinou uma carta na qual reconhecia a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) que confirmou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições, com pouco mais de 50% dos votos.
No entanto, González afirma que foi coagido e chantageado a assinar o documento, datado de 7 de setembro. Ele argumenta que a assinatura sob ameaça não tem validade, pois qualquer documento firmado sob tais circunstâncias não pode ser considerado legítimo.
A carta, destinada ao presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, continha a declaração de González de que estaria disposto a reconhecer e respeitar as decisões dos órgãos judiciais do país.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, González explicou que, enquanto estava na embaixada da Espanha na Venezuela, Jorge Rodríguez e sua irmã, Delcy Rodríguez, vice-presidente do país, foram ao local com o documento, que ele teria de assinar caso quisesse a permissão para deixar o país.
“Em outras palavras, ou eu assinava ou teria que enfrentar as consequências. Foram horas de muita pressão, chantagem e coação. Naquele momento, achei que seria mais útil estando livre”, disse González no vídeo, onde também se declara o verdadeiro presidente eleito do país.
A carta assinada por González foi mostrada pelo próprio Jorge Rodríguez em uma coletiva de imprensa. Ele afirmou que tanto ele quanto sua irmã foram enviados por Maduro para negociar com os representantes de González.
No texto, González também teria mencionado que sua saída do país tinha como objetivo fortalecer o diálogo político. “Registro aqui meu compromisso de que minha atividade pública fora da Venezuela será limitada. Em nenhum momento pretendo exercer qualquer representação formal ou informal de poderes públicos do Estado venezuelano”, afirmou.
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