25 de setembro de 2024
Uma trabalhadora doméstica, mantida em condições análogas à escravidão por 44 anos em Porto Seguro, teria passado por uma remoção de útero sem consentimento, sido expulsa de casa e ainda teve empresas registradas em seu nome. A denúncia aponta que ela começou a trabalhar para Heny Peluso Loureiro aos 6 anos de idade como empregada doméstica.
Segundo a advogada do caso, em entrevista ao G1, a vítima foi submetida à remoção do útero devido a um mioma, um tumor benigno comum em mulheres em idade reprodutiva. No entanto, a advogada ressalta que o mioma não justificaria uma histerectomia imediata: “Aproveitaram essa condição para castrá-la”, afirmou.
A histerectomia, que consiste na remoção do útero, não era a única alternativa de tratamento para o mioma, mas a vítima foi forçada a passar por esse procedimento, configurando uma forma de castração.
Além disso, os filhos dos patrões teriam requerido benefícios como auxílio-doença em nome da vítima, além de Bolsa Família e auxílio por incapacidade temporária, de maneira indevida, conforme explicado pela advogada Marta Barros.
Diante dessas denúncias, o Ministério Público do Trabalho (MPT-BA) instaurou um inquérito e ingressou com uma ação civil pública para investigar a situação. A vítima também acionou a Justiça do Trabalho, buscando o pagamento de seus direitos trabalhistas.
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