27 de setembro de 2024
Parece um buraco. Tem a profundidade, os danos e a inconveniência de um buraco, mas na verdade, trata-se de um “pescoço” – ou, mais precisamente, a ausência deles, nome dado ao nivelamento entre o asfalto e os bueiros. Esse problema tem causado dores de cabeça, prejuízos e muita frustração para motoristas e passageiros em Salvador.
Esses desnivelamentos nas ruas da cidade não são novidade. O Jornal Metropole já denuncia há tempos o estado de “cidade sem pescoço” em que Salvador se transformou. A professora Norma Suely, por exemplo, relembra o prejuízo de quase R$ 600 que teve depois que sua filha passou por um desses desníveis na Avenida Anita Garibaldi. Ela não está sozinha: muitos motoristas já perderam peças dos seus carros e passageiros, principalmente de ônibus, sofrem com o impacto constante dos desníveis.
Segundo a Superintendência de Obras Públicas (Sucop), mais de 2,4 mil poços de visita foram nivelados nos últimos três anos. A pasta afirma que a técnica para evitar o afundamento é aplicada em todas as obras de requalificação, mas não soube informar quantos desses bueiros já afundaram novamente. O Jornal Metropole, porém, foi investigar e encontrou 15 bueiros em apenas um trecho de menos de 1 km da Avenida Tancredo Neves, entre as estações de metrô Pernambués e Rodoviária. Destes, pelo menos seis apresentavam desníveis graves, capazes de causar danos ou até acidentes. Os outros já mostravam sinais de desgaste.
A promessa de solucionar esse problema já dura pelo menos uma década e ainda não foi cumprida. Em 2017, o Jornal Metropole relembrou o compromisso feito em 2014 pelo ex-secretário de Infraestrutura, Paulo Fontana, que prometeu encontrar uma solução definitiva para o problema dos “pescoços” de Salvador. No entanto, entre uma promessa não cumprida e outra, com diferentes secretários ao longo dos anos, os prejuízos continuam, tanto nas principais vias da cidade quanto nos bairros populares.
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