24 de outubro de 2024
Por mais de uma década, quem precisa acessar as passarelas da Via Expressa de Salvador, localizadas na Estrada da Rainha, na Avenida Heitor Dias e na Avenida Barros Reis, enfrentou a realidade de oito elevadores que, apesar de terem passado por reformas, nunca chegaram a funcionar. Eles foram oficialmente desativados apenas em setembro deste ano.
Em julho de 2021, após uma vistoria técnica realizada pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) e pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), as obras de reforma das estruturas foram finalizadas. No entanto, a população não se lembra de ter visto os elevadores operarem para facilitar o acesso. Em vez disso, os equipamentos se transformaram em pontos de acúmulo de lixo e “abrigo” para pessoas em situação de rua.
“Nunca funcionaram. Reformaram, depois destruíram tudo de novo. Depois da reforma, os seguranças ficaram uma semana e desapareceram. […] Começaram a destruir tudo, levaram o que podiam, e o resultado está aí: tudo abandonado, entregue às baratas. O que deveria ter sido feito, não foi”, relatou um comerciante local à equipe do Repórter Metropole.
Um morador reforçou que, após a desativação, os elevadores viraram depósitos de lixo. “São 13 anos, construíram, mas nunca funcionou. Fecharam e não removeram o lixo. Está tudo feio, cercado e cheio de sujeira dentro”, afirmou.
Em nota ao Metro1, a Conder explicou que os elevadores foram instalados nas passarelas a pedido da Secretaria de Mobilidade do Município. Para atender a essa exigência, a Conder adaptou os projetos iniciais das passarelas. A responsabilidade pela operação e manutenção do sistema viário, incluindo a Via Expressa e seus equipamentos, foi transferida à prefeitura em 2013, em uma cerimônia pública com a presença do então prefeito.
Por outro lado, a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) declarou que não é responsável pelos elevadores, atribuindo essa responsabilidade à Conder.
Investigação do MP-BA
Em setembro de 2019, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu um inquérito civil para investigar a possível omissão das autoridades públicas na gestão dos elevadores situados nas passarelas da Via Expressa e a necessidade de um sistema de segurança.
As passarelas onde os equipamentos foram instalados foram licitadas em março de 2013, com um custo de R$ 17,5 milhões, financiados por um convênio com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério dos Transportes.
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