22 de novembro de 2024
Cinco deputados federais da Bahia destacaram-se em 2024 pelo alto volume de despesas custeadas pela cota para exercício da atividade parlamentar, conhecida como “cotão”. Liderando a lista está Daniel Almeida (PCdoB), com gastos de cerca de R$ 495 mil. Em seguida, aparecem Charles Fernandes (R$ 488 mil) e Gabriel Nunes (R$ 470 mil), ambos do PSD. Completam o ranking Joseildo Ramos (R$ 462 mil) e Jorge Solla (R$ 450 mil), do PT. Essa verba é destinada a cobrir despesas como passagens aéreas, aluguel de veículos, divulgação do mandato, combustível e manutenção de escritórios políticos.
Gastos elevados de outros parlamentares
Mais dez deputados da bancada baiana ultrapassaram a marca de R$ 400 mil, incluindo nomes como Elmar Nascimento e Arthur Maia (União Brasil), Márcio Marinho (Republicanos) e Lídice da Mata (PSB). Outros sete parlamentares aproximaram-se dessa faixa, como Valmir Assunção (PT) e Leur Lomanto Júnior (União Brasil). Entre os mais econômicos, destacam-se Paulo Magalhães (R$ 285 mil) e o Pastor Sargento Isidório (Avante), com apenas R$ 120 mil, o menor gasto registrado.
Custos totais e questionamentos
No total, os 39 deputados federais da Bahia gastaram R$ 14 milhões com o cotão em 2024, sendo R$ 5 milhões apenas com divulgação do mandato, além de altas cifras com combustíveis (R$ 1,97 milhão) e passagens aéreas (R$ 1,8 milhão). Esses valores não incluem os salários dos parlamentares, limitados ao teto de R$ 44 mil, nem a verba de gabinete, que soma R$ 125,4 mil por mês para a contratação de até 25 assessores.
Impactos no cenário político
No campo político, aliados do Palácio do Planalto e da oposição avaliam que as denúncias de uma conspiração para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes (STF) podem enfraquecer o bolsonarismo para 2026. O indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 suspeitos reforça a expectativa de que novos líderes da direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil), assumam protagonismo no espectro conservador.
Revés na Operação Faroeste
Ainda na Bahia, juristas ligados à Operação Faroeste acreditam que a desembargadora afastada Maria do Socorro Barreto Santiago será a próxima a receber a pena de aposentadoria compulsória pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), devido ao seu envolvimento em esquemas de corrupção no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Recentemente, o CNJ aplicou a mesma penalidade à desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, primeira integrante do Pleno do TJ-BA a ser punida dessa forma. Apesar de ser uma punição, a aposentadoria compulsória permite que os magistrados continuem recebendo seus altos salários vitalícios.
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