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Empresária clama por resposta após não reaver investimento no Shopping Busca Vida - LFTV

14 de janeiro de 2025

A empresária Andréia Alencar, moradora de Camaçari, enfrenta desde 2015 uma prolongada disputa judicial após adquirir uma sala comercial no Shopping Busca Vida, que permanece não entregue. A construtora responsável pelo projeto declarou-se inativa, deixando os compradores sem respostas ou soluções.

Andréia relata que comprou a sala no terceiro pavimento do shopping por R$ 100 mil, com entrada de R$ 35 mil, e previsão de entrega em 2015. Contudo, a obra não foi concluída, e a sala não foi entregue. Próximo ao prazo final, a construtora convocou os compradores para uma “retificação de dívida”, mesmo para aqueles com parcelas quitadas.

“A obra não foi concluída, as lojas comerciais ainda não estavam prontas, e, mesmo assim, o imóvel foi vendido. Paguei a entrada e depois deveria financiar o restante, mas o imóvel nunca foi entregue”, afirmou a empresária. Ela buscou auxílio de órgãos como Ministério Público, Procon e Justiça, sem obter respostas concretas. “Os processos têm sido longos, e a cada tentativa de solução, sou redirecionada para novos órgãos, sem que nada seja resolvido”, lamenta.

“Eu não sou rica, mas investi meu dinheiro com esperança. Acredito que a única maneira de resolver esse problema é expondo a situação, para que outros compradores não passem pelo que estou passando”, desabafa.

Na época da compra, Andréia trabalhava no Polo Petroquímico e desejava tornar-se autônoma. Próxima ao prazo de entrega, deixou o emprego e mudou-se para perto do shopping para se organizar melhor. “Imagina ganhar dois salários mínimos e pagar R$ 35 mil. Eu vou ter que queimar pneu na frente do shopping para ver se alguém chega para poder ver o que está acontecendo?”, questionou.

Parte da construção do shopping foi financiada pela Desenbahia, que, após análise da viabilidade econômica, constatou que, com a crise econômica brasileira, muitos empreendimentos antes viáveis tornaram-se deficitários. Em 2017, os empreendedores do shopping, LULI Patrimonial LTDA e LRL Engenharia LTDA, transferiram 77% do Shopping Busca Vida à Desenbahia para quitar a dívida remanescente.

Após avaliar a situação do shopping, a Desenbahia identificou alta ociosidade e despesas operacionais elevadas, denunciando os contratos de locação firmados entre lojistas e construtores, conforme o art. 8º da Lei 8.245/91. O objetivo era recuperar os recursos públicos aplicados no financiamento para reinvesti-los na economia do estado.

Para recuperar o investimento, a Desenbahia realizou diversos leilões da parte do imóvel que lhe pertence, todos sem interessados. Na décima tentativa, em outubro de 2023, uma faculdade de medicina demonstrou interesse, mas o acordo não foi concretizado. Atualmente, o shopping iniciou obras para retomar as atividades, com previsão de reabertura no primeiro semestre de 2025.

Até o momento, para Andréia, o processo segue sem solução definitiva, e ela aguarda um posicionamento das autoridades para ver seu direito de propriedade respeitado.

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