23 de janeiro de 2025
Salvador será pioneira no Brasil ao utilizar tecnologia avançada para mapear áreas de maior concentração de calor, conhecidas como “ilhas de calor”, com o objetivo de aprimorar estratégias de proteção para moradores e visitantes diante dos efeitos agravados pelas mudanças climáticas. A capital baiana será a primeira cidade do país a monitorar todo o seu território continental com essa abordagem inovadora.
Na terça-feira (21), o professor Paulo Zangalli Jr., do Departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), reuniu-se com representantes da Prefeitura de Salvador para discutir os detalhes do projeto Observatório do Calor (Heat Watch Campaign). A iniciativa é coordenada por Zangalli e conta com o apoio da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos.
O trabalho será realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (Secis) e a Defesa Civil de Salvador (Codesal). A coleta de dados começará nesta quinta-feira (23) e abrangerá todo o território continental de Salvador, incluindo a Ilha de Maré. Veículos da Codesal equipados com sensores de temperatura serão usados para identificar as áreas mais vulneráveis ao calor.
A equipe do projeto é composta por dois professores, quatro pesquisadores associados, seis doutorandos, oito mestrandos, sete graduandos e voluntários, com apoio técnico das equipes da Defesa Civil. Os resultados do estudo serão disponibilizados publicamente em uma plataforma online, garantindo acesso transparente às informações.
Atualmente, a cidade utiliza imagens de satélite para o mapeamento do calor, mas a nova tecnologia promete maior precisão na identificação de áreas críticas. Essa evolução permitirá planejar ações mais eficazes para mitigar os efeitos das altas temperaturas e proteger a população.
Salvador já conta com um Plano de Contingência para Altas Temperaturas, coordenado pela Codesal, que é ativado quando a temperatura atinge ou ultrapassa 36°C. As medidas incluem distribuição de água potável, protetor solar, instalação de ilhas de hidratação, uso de aspersores e envio de alertas pelo Centro de Monitoramento e Alarme da Codesal.
O projeto foi apresentado em uma reunião que contou com a presença de gestores municipais, como Ivan Euler (titular da Secis), Gabriela Morais (coordenadora de Ações de Prevenção e Redução de Risco da Codesal), Alana Matos (subcoordenadora de Monitoramento e Análise das Ações Climáticas), Nathália Peixoto (chefe do Escritório de Cooperação Internacional) e Andrea Salvador (diretora de Vigilância à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde).
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