6 de maio de 2025
O Brasil segue com um índice preocupante de 29% de analfabetismo funcional entre a população de 15 a 64 anos, o mesmo registrado em 2018. Entre os jovens de 15 a 29 anos, a situação se agravou: a taxa subiu de 14% para 16% no período, reflexo direto dos impactos da pandemia da Covid-19. Os dados são do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5).
A pesquisa também evidencia desigualdades raciais. Segundo o levantamento, 30% dos negros, 28% dos brancos e 47% dos indígenas e pessoas autodeclaradas amarelas apresentam dificuldades funcionais de leitura e escrita.
Esse cenário representa um entrave significativo para o desenvolvimento econômico do país. Atualmente, 27% da força de trabalho está em situação de analfabetismo funcional, o que dificulta a inserção em um mercado cada vez mais digitalizado e automatizado. Entre os trabalhadores com ensino superior, 12% também enfrentam limitações na leitura e escrita, demonstrando falhas na formação mesmo em níveis avançados de escolaridade.
Apenas 10% da população alcança o nível mais alto de alfabetismo (proficiente). Outros 36% se encontram no nível elementar e 35% têm alfabetismo considerado consolidado.
Após seis anos sem aplicação, o retorno do Inaf destaca a urgência de políticas públicas eficazes e abrangentes na área da educação. Especialistas alertam que, sem investimentos concretos, o país corre o risco de ampliar as desigualdades e manter milhões de brasileiros à margem das oportunidades geradas pelas transformações tecnológicas e pelo avanço da inteligência artificial.
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